terça-feira, 24 de setembro de 2013

Poupanças milionárias dobram em cinco anos


Contas com mais de R$ 1 milhão de destacam em investimento que ainda é o mais popular no país

 
Em seis anos, a quantidade de contas com mais de R$ 1 milhão na poupança dobrou no Brasil. Os números foram divulgados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e revelam que as contas milionárias passaram de 3.822, em 2008, para 8.556, em 2012. Esse crescimento revela que a confiança dos investidores vem se reforçando ao longo dos anos após o baque sofrido no setor com o confisco da poupança em 1990 na execução do chamado Plano Collor.

Para os economistas, o que ainda faz da poupança a aplicação preferida dos brasileiros é o baixo risco de perda monetária, mesmo com rendimento abaixo de investimentos mais agressivos. Eles a indicam para investidores com perfil conservador, que não querem assumir riscos. O rendimento de é 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da TR, a taxa referencial.

É o caso do recepcionista Lenildo Dantas, 32 anos, poupador há cinco. Ele deposita em média R$ 150 por mês e faz planos para o dinheiro. “Pretendo dar entrada em uma casa ou comprar um carro”, sonha Leonildo. Sonho compartilhado com a noiva Tatyane Cristina Ribeiro da Silva, 29 anos, e poupadora há aproximadamente três. Com reserva mensal média de R$ 1,5 mil, a enfermeira também quer sair do aluguel.

Quando perguntado o motivo da escolha por esse tipo de investimento, Leonildo é categórico. “Comodidade. E porque a poupança é mais estável”, justifica. Já a desinformação na área econômica é o motivo pelo qual Tatyane não se arrisca em outras searas. “Não conheço outros meios de aplicação financeira, não tenho familiaridade. Talvez se os conhecesse, poderia diversificar os modos de investimento”, confidencia.

Altos e baixos desde a origem

Segundo o Banco Central, entre janeiro e agosto de 2012, o Brasil bateu um recorde histórico, em que os depósitos superaram os saques da poupança da poupança em R$ 26,2 bilhões. Mas de lá para cá, o clima econômico sofreu uma grande variação. De acordo com o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) com a parceria do Instituto alemão Ifo, em julho deste ano, o clima econômico registrou para 5,6 pontos, em uma escala onde números menores que 5 indicam clima desfavorável para a economia.

Criada em 1861 pelo imperador dom Pedro II e sendo a aplicação financeira mais tradicional no país, a poupança é isenta de imposto de renda e calculado tomando como base 70 % do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, ou simplesmente Selic, desde que a taxa básica de juros não ultrapasse 8,5 %. Historicamente, as mulheres conquistaram o direito de poder investir em uma poupança somente no ano de 1915.

Crédito foto: tosemdinheiro.com

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