segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Falta de brasilidade

Apesar de ter assistido ao filme assim que foi lançado, demorei um pouco para resolver escrever as minhas opiniões acerca de Amanhecer parte 2 - Saga Crepúsculo. Isso se deve ao fato de as minhas observações terem sentido somente se comentadas a partir das descrições de algumas cenas da produção, havendo portanto, spoilers por todo o texto. Então, se você ainda não assistiu ao filme, não continue lendo este texto.

Vamos às considerações: apesar de feito para adolescentes, o tom mais soturno da última parte da história de Edward e Bella impera desde o final de Amanhecer parte 1, quando se tem a impressão de que a protagonista poderá morrer (apesar de que, caso acontecesse isso, não haveria segunda parte. mas vai explicar isso para uma ouriçada plateia teen). Na segunda parte, tudo começa "água com açúcar", até que um mal entendido muda a trajetória da história e dá tons dramáticos à trama.

É bem verdade que o drama citado é para a gurizada. Nada de verdadeiros "DRAMAS" da sétima arte como "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, ou "À Procura da Felicidade, com Will Smith (um ator fanfarrão de comédias e filmes de ação, mas que surpreende neste longa). Tanto afirmo quanto provo; toda a carga dramática é em vão, já que tudo o que acontece no enfrentamento dos Cullen e dos Volturi não passa de uma visão de Alice. Assisti ao filme duas vezes no cinema e posso afirmar que as expressões de incredulidade da plateia vale, por si só, o ingresso. Os "Ahhhh", "O quê???", "Ohhhh!!" praticamente gritados quando a visão é revelado são simplesmente impagáveis! Não sei se faltou coragem à autora Stephenie Meyer de bancar as mortes de vários personagens queridos pelos fãs ou se realmente foi uma "sacada" da escritora para não decepcionar e entristecer esses mesmos fãs.

Mas o que mais me deixou perplexo foi a falta de entendimento da cultura brasileira, ao mostrar "índios do Amazonas" com traços e de índios africanos e trajes de índios norte-americanos. Quando alguém se propõe a caracterizar um determinado povo, o mínimo que se espera é um estudo da cultura deste povo para que haja fidelidade e veracidade na interpretação. Mas não é de hoje que nossos irmãos do norte desprezam outras culturas. O "way of life" dos Estados Unidos se espalhou pelo mundo na mesma velocidade que o suposto desinteresse por outros povos. Algo que pode ser lido da seguinte forma: "não interessa como vocês são, e sim, como nós os vemos".

Imagem: www.nopatio.com.br

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