terça-feira, 17 de abril de 2012

Falta de memória crônica

Faz parte do senso comum que brasileiro tem memória curta quando se trata de política. Qual foi o seu último candidato a deputado estadual? Ou senador? Mas parece que a amnésia no setor político não se restringe a eleitores. Haja vista os esquecimentos de diversas personalidades deste meio, elegíveis ou não, na frente ou nos bastidores.

Vamos relembrar alguns casos. O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo esqueceu que conhecia o gestor do mensalão, Marcos Valério. Aliás, esse nome causou amnésia em muito político em todo o Brasil. O suposto esquema de caixa dois envolvendo o governo de Azeredo e a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) nunca ficou muito claro.

Outro “esquecido” é o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que estaria envolvido em outro esquema, desta vez para liberação de verbas para Organizações Não Governamentais (ONGs). Questionado sobre uma carona em um avião pago por Adair Meira, empresário que controlava duas ONGs, os ex-ministro negou veementemente inclusive que conhecia o empresário. Depois um vídeo veio a público mostrando Lupi e Meira juntos, além de outras provas irrefutáveis da carona negada anteriormente.

Mais recentemente, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, negou que conhecesse o empresário Carlinhos Cachoeira (foto), suspeito de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás. Bastou um dia para Agnelo voltar atrás e se “lembrar” ter encontrado o suposto bicheiro em 2009 ou 2010. Cachoeira aliás tem boa memória. Que o Diga o senador Demóstenes Torres.

Entre tanta verba, salário, ajuda de custo, verba de gabinete, salário habitação, despesas de viagens, outra verba fundamental para a classe política deveria ser implementada: a verba memória, para custear a aquisição de medicamentos que auxiliam a memória. Talvez assim não se esquecessem de tanta coisa, principalmente de cuidar do povo brasileiro. E o eleitor também poderia tentar se lembrar mais do que muito político faz (ou deixa de fazer) quando é eleito. Precisamos deixar de ser um país de “desmemoriados”.

Só assim seremos um país... O que eu ia dizer mesmo?
 
Imagem: camaraempauta.com.br

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