terça-feira, 29 de março de 2011

Carnaval: o samba de quem não samba


O carnaval já passou. Teve só gente bonita, sarada e muito samba no pé, certo? Errado. Milhares ou até mesmo milhões de brasileiros ficaram no limbo por não gostarem de carnaval. Mas teve também aquelas pessoas que diseram não gostar da festa por não terem barriga de tanquinho ou simplesmente por não saberem sambar. Algo que seria impensável na terra das mulatas de Sargentelli.

Mas quem foi que disse que brasileiro tem que ter samba no pé? Já não sambamos nas filas dos bancos, nos caixa de supermercados e quando recebemos o contra-cheque no final do mês? É possível sim, gostar de samba e não saber sambar. Há quem diga que carnaval sem samba e fora de forma é o ”ó do borogodó”. No entanto, a festa é democrática.

Aulas de dança, muita academia, dieta e sofrimento são ferramentas usadas por diversas pessoas para chegar em forma nesta festa profana, e ficar “só no sapatinho”. Mas não podemos nos esquecer da turma do gargarejo (da qual faço parte), aqueles marmanjos fora de ritmo que ficam “entornando” todas, somente com o dedinho para cima. Somos personagens importantes e fazemos a economia girar. Vamos aos números.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, as vendas aumentam 60% neste período do ano. As abordagens policiais com etilômetro também aumentam no mesmo patamar, o que quer dizer mais policiais nas ruas, mais horas extras, mais dinheiro para diversas famílias. E na área da saúde não é diferente: campanhas de prevenção a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) engordam a lista de atuações. Fora o atendimento aos bebuns.

Se nós, cachaceiros, bebemos mais, passamos mal com maior freqüência. Com isso, a venda de remédios, glicose e outros produtos aumentam em fevereiro. É um impulso para a indústria farmacêutica. Mas não precisamos exagerar. Aquela prosa de “Se beber não dirija” ainda vale, e muito. Não queremos ninguém se acidentando por aí. E se tem gente distribuindo camisinhas, é porque você tem que usar. Não é para fazer balão e brincar no baile, apesar de ter visto muito isso nesses últimos dias.

Enquanto tudo isso acontece, eu bebo, balanço o dedinho para cima, NÃO sambo e realmente estou fora de forma. Mas não é somente no “tanquinho” que se lava roupa, barriga de “bacia” também pode trazer alegria. O Rei Momo não me desmente. E amo carnaval. Não é todo dia que mini-saia e top são considerados “roupa demais”. E olhar não faz mal, não é mesmo?... Como disse um ex-BBB na cobertura do carnaval de Salvador: eu “adogo”!

Imagem: lendasdeumsolteiro.blogspot.com

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