domingo, 5 de dezembro de 2010

A especialização no jornalismo on-line


Com a internet se popularizando, parece que qualquer um pode ser jornalista e publicar notícias em blogs gratuitos, opiniões em sites de relacionamentos e expandir a comunicação em redes sociais. Só parece. Qualquer curioso com acesso à web pode postar o que quiser, mas não significa que isso será jornalismo on-line.

Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pelo instituto Ibope Nielsen Online, Brasil já tem 41,7 milhões de usuários ativos de internet. Isso representa um crescimento de 13,2% em outubro, se comparado ao mesmo período de 2009. Justamente por isso, a competição no mercado está cada vez mais acirrada.

Essa competitividade implica na contratação de bons profissionais por parte dos veículos de comunicação, se não quiserem se igualar à enxurrada de lixo eletrônico solta pela rede. O mercado tem demanda desses profissionais, que aliam técnica jornalística, ética, conhecimento nas ferramentas da internet e sede de conhecimento.

Neste nicho de mercado, é necessário estudar e aprender cada vez mais, já que as tecnologias não param de evoluir. E a velocidade com que isso ocorre é muito maior do que há 20 anos. Portanto, também é necessário que se acelere o processo de especialização na área, como em qualquer outra, mas especialmente nesta.

O jornalista português Jorge Pedro Sousa, da Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto, mostra alguns fundamentos do jornalismo on-line: “a interatividade, o hipertexto, a hipermídia, glocalidade (produzido no local, mas com alcance mundial, personalização e a instantaneidade”.

A hipermídia a que ele se refere é a “convergência de mídia”, ou seja, texto, vídeo a áudio, convergidos para a internet. Até agora, somente a web é capaz de dar suporte a todas essas mídias diferentes dentro do mesmo espaço. A TV digital promete fazer algo similar no futuro, mas a mudança será mais lenta, já que demanda altos investimentos, enquanto o acesso à rede se democratiza cada vez mais.

O jornalista especializado na net, com todas as suas inovações e mudanças que elas implicam, é um eterno estudante. Isso não é referência a uma cadeira fixa de escola, mas à pesquisa, extensão, especialização, visitas e troca de experiência com outros veículos e profissionais da área, cursos e mini-cursos, palestras, workshops, entre outros.

A procura por novos formatos e novas tecnologias não significa o detrimento da base do jornalismo: a busca incessante pela verdade, a ética, a imparcialidade (ou pelos menos a tentativa de ser imparcial), ouvindo todos os lados envolvidos na notícia, apurando, confirmando, verificando, revisando.

Isso não é preocupação da maioria dos internautas “pseudo-jornalistas”. Alguns têm méritos, outros não. O jornalismo on-line verdadeiro se preocupa com as duas vertentes: a tecnológica e a ético-teórica. Os profissionais com uma base sólida e o desejo de crescer tecnicamente terão seu lugar garantido no mercado digital, que já procura por jornalistas especializados para uma época que talvez esteja vivendo a maior mudança na comunicação desde a invenção da prensa.

Imagem: bloghipertexto.blogspot.com

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