sexta-feira, 10 de julho de 2009

A tradição do cordel através de Téo Azevedo


BREGUEZ, Sebastião: A literatura de cordel como produção de notícia e jornalismo popular: uma análise de Téo Azevedo. Site: www.breguez.jor.br

Ronaldo Pedroso

O cantador e repentista Téo Azevedo utiliza a folkcomunicação como ex-pressão de sua obra. A literatura de cordel, tradicional no nordeste brasileiro, é res-gatada no norte e nordeste de Minas Gerais pelo artista popular.
Segundo Breguez, a literatura de cordel é para a população pobre do árido sertão brasileiro, o que os jornais impressos são para a população cosmopolita de São Paulo. E Téo Azevedo é personagem importantíssimo para a perpetuação des-se tipo de folkcomunicação em Minas. Autor de livros e livretos, também tem sua marca na música brasileira com vários discos gravados.
Téo Azevedo acredita na origem lusitana dos cordéis. A literatura cordelista seria dividida em três grandes grupos: temas tradicionais, fatos ou circunstâncias e, finalmente, cantorias e pelejas. Com base na obra do cordelista Téo Azevedo, a po-esia popular do norte de Minas é classificada por Breguez da seguinte forma:
a) Quadrinhas: cada estrofe é formada de quatro versos de sete a no-ve sílabas, sendo que a segunda rima com a quarta;
b) Sextilha: cada estrofe tem seis versos, sendo que cada verso tem de 7 a 9 sílabas. A segunda rima com a quarta e a sexta; as demais são livres;
c) Septilha: cada estrofe tem sete versos, e cada verso sete a nove sílabas. A segunda rima com a quarta, a quinta com a sexta e a sétima com a quarta. As outras são livres;
d) Martelo Mineiro: cada estrofe é formada de seis versos. Estes têm de 10 a 12 sílabas. A segunda rima com a quarta e a sexta. As restantes são livres;
e) Sétima de Quelé: cada estrofe tem sete versos e cada verso de 7 a 9 sílabas. A primeira rima com a segunda, a terceira com a quarta, a quinta com a sexta e a sétima com a quarta;
f) Quadrão Mineiro: são estrofes de oito versos, sendo cada de 7 a 9 sílabas. A primeira, a segunda e a terceira rimam entre si, a quarta com quinta, terminando com qualquer palavra que tenha o final eiro. Por outro lado, a sexta rima com a sétima e a oitava, terminando ao cantar quadrão mineiro;
g) Calango: é uma das mais populares danças de Minas Gerais. São formadas de canto e baile que se realizam isolada ou conjuntamente. A dança é um ritmo quaternário, dois por quatro, parenlaçado e sem complicações coreográficas, repetindo os passos do samba urbano. A música é que se repete na característica do refrão típico;
h) Trocadilho em linha de letra - É uma estrofe com métrica livre, com todas as palavras iniciando com a primeira letra sempre igual.
i) Aboio do Norte de Minas: é o canto improvisado do vaqueiro, sem palavras, marcado exclusivamente por vogais, entoado ao conduzir o gado. O aboio é, então, de livre improvisação. Segundo Téo Azevedo, o aboio é dividido em três partes:

• Toada de Aboio: é a música improvisada ou decorada, e que ao seu final, faz-se o aboio original e sem letras, feitos de imprevisão com melodia só de sussurros;
• Canto de aboio ou aboio de improviso: são pequenos sussurros de aboio original vindo a seguir os versos que podem ser em Quadras ou Sextilhas, decorados ou improvisados e depois com mais sussurros feitos por um ou mais cantadores. A segunda rima com a quarta, e esta com a sexta;
• O improviso de melodia sem letra musical: esta é, sem dúvida, a parte mais bonita do Aboio, aonde um vaqueiro, numa melodia dolente e chorada vai improvisando o canto, levando, assim, toda a boiada. Este é o aboio autêntico e original que somente podemos ver nos campos e não nas festas e shows de repentismo.


Por essas descrições, podemos definir a importância de Téo na cultura po-pular, tendo ele próprio criado algumas dessas variações, agregando elementos na folkcomunicação.

O corredor Matusalém fala sobre a sua carreira


Com 42 anos de idade e vários de atletismo, o corredor Matusalém de Lima, da cidade de Frutal (MG) mantém o treinamento diário e continua participando de diversas competições. O treinamento é feito de forma diferenciada. Para maratonas, o ritmo é menor e o tempo maior. Para provas de fundo, o atleta intensifica a velocidade com menor tempo de treino.
Em entrevista concedida ao Alternativa, Matusalém conta que já participou de cerca de 15 corridas de São Silvestre, realizadas em São Paulo na virada do ano, sempre correndo no pelotão de elite, que exige que o corredor se classifique em provas eliminatórias, realizadas em todo o Brasil, no decorrer do ano. Sua melhor colocação foi “honroso 36° lugar”, como ele próprio afirma.
Competindo com atletas de renome nacional e internacional, inclusive os “temíveis” quenianos, chegar entre os melhores 50 corredores de fato não é tarefa fácil. Matusalém ressalta a diferença do treinamento em altitude feito no Quênia, como um fator fundamental para o bom desempenho dos atletas daquele país.
A carreira do atleta frutalense é recheada de conquistas. Já ganhou a Corrida do Exército, promovida pelo 36° BIMtz, em Uberlândia, ficando em outro ano na 2° colocação. Foi 4° lugar na Maratona Internacional de Curitiba, em 1999 e chegou em 8° na Maratona do Rio de Janeiro. As vitórias pelo Brasil são inúmeras, como a da corrida de Dourados (MS).
Atualmente, além de continuar competindo, Matusalém é professor de educação física na rede pública e em um projeto esportivo da UNIMED para crianças e jovens de até 17 anos, que revela novos talentos, como Maria Juliene, Jairo dos Santos e Ana Cláudia, destacados e revelados por ele.
Matusalém, por fim, ressalta a importância do esporte juntamente com a educação como maneira de melhorar a qualidade de vida e evitar a criminalidade, tão comum nos dias de hoje entre jovens e crianças.