sexta-feira, 26 de junho de 2009

Festa junina: cultura e comércio

Originalmente era uma festa pagã, o solstício de verão, para comemorar a colheita principalmente do milho. Depois, foi apropriada pela igreja católica para festejar os seus santos: Santo Ovídio, Santa Clotilde, São Norberto, Santa Cândida, Santo Edmundo, Santa Margarida, São Barnabé, Santa Flora, Santo Agostinho, Santa Marina, São Protásio, Santa Juliana, São Luiz Gonzaga, São Guilherme e Santa Lúcia.

Aumentando a lista estão os verdadeiros “donos da festa”: Santo Antônio, no dia 13; São João Batista, no dia 24; São Pedro e São Paulo, no dia 29. No entanto, tudo começa no mês de março com a comemoração do dia de São José, que é justamente o início da plantação do milho na antiguidade.

A festa junina foi trazida ao Brasil pelos patrícios lusitanos. Em um país de proporções continentais, fundiu-se com a cultura dos escravos africanos e dos índios do interior do país. No entanto, a sua raiz religiosamente católica foi preservada, mesmo com novos elementos agregados com o passar do tempo.

Também, não se pode deixar de enfatizar o trabalho de comunicação e difusão dos seus santos pela própria igreja, para que fossem melhores aceitos pelo povo durante a idade média. Nesse ponto, os festejos juninos assemelham-se a comemoração do Natal, quando se comemora o nascimento de Jesus Cristo.

Concomitantemente à pregação, o artifício da imagem bela e pura foi utilizado na “propaganda religiosa”. Assim como a imagem de um Jesus Cristo europeu foi difundida, com cabelos loiros levemente cacheados e olhos azuis, também a imagem de um São João carrancudo foi substituída pela imagem angelical de um São João infantil.



Jesus Cristo “europeu”

Fonte: http://www.portugalnet.pt/pnet/membro.asp?cod_leitor=2163





Imagem de como seria Jesus Cristo, baseado no tipo físico dos judeus da época, feita pela BBC de Londres

Fonte: http://adoradoresworship.blogspot.com/2007/11/rosto-provvel-de-jesus-segundo-bbc.html





São João angelical difundida pela igreja católica

Fonte: http://www.araripina.com.br/boatos-sobre-o-sao-joao-2009-em-araripina-pernambuco






Imagem de um São João mais sisudo

Fonte: http://ecclesia.com.br/images/icones/santos/s_joao_teologo9.jpg





O comércio é outro fator fortemente explorado nos festejos juninos. O Guiness Book, o livro dos recordes aponta o São João de Campina Grande, na Paraíba, como o maior do mundo. A cidade fica em festa e milhares de empregos diretos e indiretos são criados. Desde as tradicionais barraquinhas, a contratação de artistas, hotéis, até a indústria de alimentos, venda de trajes típicos, segurança, ambulantes. Tudo isso é aquecido no mês de junho, não somente em Campina Grande, mas também em todo o Brasil.




São João, de Campina Grande

Fonte: http://proculturaalternativa.blogspot.com/2009/06/globalizacao-favor-da-regionalizacao-um.html



As comidas típicas, assim como a dança (a tradicional quadrilha) são pontos fortes que se perpetuam e que fazem da festa parte do folclore. A cultura nordestina tem forte apelo nas festas juninas de todo o país, que agregam seus valores nessa época do ano. Fogueiras, fogos, balões fazem parte da tradição.

Escolas ensaiam crianças para apresentações, ONGs diversas promovem quermesses para arrecadar fundos para a população carente, as dioceses fervem de tarefas na organização dos festejos. É um mês cheio de atividades culturais e religiosas que se reforçam a cada ano enaltecendo o folclore nacional. Digno de santos.

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