quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dos filhos deste solo


Com a abertura do mercado de futebol europeu para transferências de jogadores, é comum começarem as especulações sobre transações milionárias que levam os talentos brazucas para além-mar. No entanto, esse ano percebe-se uma movimentação bem atípica. Vários jogadores que atuavam na Europa voltaram a atuar no Brasil, alguns até nos próprios clubes que os revelaram.
Adriano no Flamengo, Ronaldo no Corinthians, Fred no Fluminense são exemplos da repatriação. Existem comentários na grande imprensa dando conta da volta de Robinho à Vila Belmiro, apesar de já ter sido negado pelo presidente do Santos, que alegou não haver condições financeiras de manter o jogador no Brasil. De fato não há.
Rumores acerca da transferência de Robinho são frutos do descontentamento do jogador no Manchester City. Mas o futebol nacional está muito longe de competir com o petróleo do xeique, que tem no elenco de seu time outros canarinhos.
Há de se levar em conta, não somente a careira do jogador, mas também o estado físico em que ele se encontra. Não dá pra pagar um salário totalmente fora da realidade do mercado nacional para se ter um jogador em fim de carreira, que já não rende em campo.
Muito do que estamos vendo é marketing. O jogador vem para aumentar as vendas de produtos com a marca do clube e atrair multidões aos estádios. No entanto a sua atuação é medíocre, no pior sentido da palavra. Os clubes brasileiros não são hospitais ou clínicas de recuperação de atletas fora de forma.
Outros artifícios já foram usados para levantar fundos e contratar estrelas. “Amigo Torcedor”, parcerias e a própria venda de pratas da casa foram feitos por clubes que preferiram o retorno rápido de títulos em detrimento de um plano sólido de trabalho a médio e longo prazo, que poderiam trazer resultados efetivos.
O caso da parceria do Corinthians com a MSI entrou na história como fiasco contra o fisco (desculpem o trocadilho). Polícia federal, demissões, abandono ao clube. Esse foi o resultado da tal parceria.
O que é honesto é mais demorado e difícil. E sem dinheiro (de preferência honesto), os nossos valores futebolísticos continuarão a desfilar seu brilho nos campos estrangeiros.

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