sábado, 2 de maio de 2009

Cazuza x Veja: a polêmica


A edição de número 1077 da revista Veja, publicada em 26 de abril de 1989, trazendo na capa o cantor Cazuza, trouxe debates acirrados à cerca do tipo de ma-téria veiculada. O tema abordado na época foi a vida de Cazuza convivendo com a AIDS. A matéria, no entanto, não ficou só nisso: o cantor foi criticado em sua vida e trabalho.

É inegável que um ídolo pop tem influência sobre seus fãs e que Cazuza, em alguns momentos da sua vida e carreira, cruzou os limites sociais. Mas analisando de modo profissional a reportem da Veja, também não sabemos até onde o cantor foi respeitado e até onde houve um caráter apelativo por parte da revista.

Cazuza cedeu uma entrevista à revista que não foi publicada na sua totali-dade, mas que serviu de subsídio para a reportagem. Nos Estados Unidos existe o Centro Nacional das Vítimas, com sede em Forth Worth, Texas, órgão que defende os direitos dos entrevistados. Entretanto, não há como saber se alguns dos direitos defendidos pela entidade foram violados, já que não houve acesso à íntegra da en-trevista.

O que se viu na edição seguinte, a de número 1078, de 10 de maio, foi uma enxurrada de cartas, completamente distintas em suas opiniões. Algumas acusando a revista de sensacionalismo e falta de respeito e ética, outras elogiando pela qualidade e pelo serviço prestado à conscientização dos leitores aos riscos da doença.

Cazuza foi uma figura polêmica com uma vida tumultuada. Isso é fato. Se foi consultado ou respeitado é outra história. A maneira como sua vida foi abordada pela reportagem da Veja ainda causa “frisson” entre as pessoas. Ídolo para uns, irresponsável para outros, Cazuza foi alvo de elogios e críticas, da mesma forma que a reportagem da Veja, uma revista extremamente polêmica e de grande alcance e impacto. Assim como a vida e a carreira de Cazuza, a matéria da Veja merece ser vista e “revista” (com o perdão do trocadilho).

sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos sem Senna


1° de maio de 1994, Dia do Trabalho e dia de Fórmula 1, com GP de San Marino, em Ímola, na Itália. Apesar da festa antes da prova e da expectativa de vitória brasileira, a Curva Tamburello ficou no caminho do tricampeão Ayrton Senna da Silva e pôs fim a uma carreira de sucesso.

O acidente chocou e comoveu todo o Brasil e até o mundo, já que Senna era um ídolo internacional. O piloto corria pela equipe Williams, que nos últimos anos projetava o que se considerava os melhores carros. Foi necessária a morte do brasileiro para que se percebesse que velocidade não é tudo.

A tragédia levou a FIA, entidade controladora da F1, a rever várias normas de segurança. Naquela fatídica manhã no Brasil, o povo brasileiro ficou mais triste e órfão de um ídolo no esporte. O tetracampeonato de Senna era palpável, diferentemente do futebol, que no meio de ano, disputaria a Copa do Mundo cercada de olhares desconfiados de sua capacidade.

Quis o destino escrever a história do esporte de forma diferente, até mesmo inusitada. O favoritíssimo Ayrton Senna perdia não somente o campeonato de F1 como também a sua vida. E Romário fez “miséria” nos gramados norte-americanos. O tetra veio, mas com o futebol.

Senna está na memória dos brasileiros. Não será esquecido. Mas a sua falta no esporte é um vazio que não se completou até hoje. Vários outros pilotos brasileiros tentaram sem sucesso ter o mesmo êxito de Senna. Alguns até chegaram perto, como Rubens Barrichello e Felipe Massa, que conquistaram vice-campeonatos, ambos pela equipe Ferrari em anos diferentes. Mas a identificação que o brasileiro tinha com Senna jamais poderá ser substituída.