terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Expansão da Comunicação


Muito se fala sobre a regulamentação da área de jornalismo no Brasil. Existe quem defenda e quem é contra. Para um debate amplo, é necessário ouvir os profissionais da área, acadêmicos nas áreas humanas, teóricas.

Há de se levar em conta que, no mundo globalizado, a velocidade da informação é um dos fatores preponderantes para o exercício do jornalismo. E essa velocidade vem com o conhecimento das novas técnicas de veiculação da notícia. Sabe-se que no mundo acadêmico a dinâmica é imensa e a atualização dos meios didáticos se dá de forma exponencial.

Já no mercado de trabalho, a cobrança por renovações e inovações se dá inversamente proporcional às possibilidades e oportunidades de desenvolvê-las. É onde entra a faculdade formando profissionais dinâmicos, técnicos e teóricos (conhecedores da filosofia por trás do jornalismo), nas diversas áreas humanas fundamentais para o exercício do pensar e da argumentação.

Não se joga a experiência profissional de um jornalista com anos de profissão (porém sem o curso superior de jornalismo), fora, simplesmente substituindo-o por profissionais recém-formados. Há espaço para os novos jornalistas e para os “dinossauros” (no melhor sentido do termo) da comunicação.

Há alguns anos, o governo federal sancionou a lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), conhecida também como Lei Darcy Ribeiro. Nesta lei aponta-se a preferência, ainda não que obrigatoriedade, do professor ter curso superior. A partir de então, criou-se o curso “Normal Superior” para atender à nova demanda que se criava.

Houve também a facilitação do ingresso dos profissionais do ensino já inseridos no mercado de trabalho às faculdades que passaram a disponibilizar mais vagas, contratar mais professores. Com isso, fez-se notar duas mudanças bastante expressivas: a geração de novos empregos e a capacitação e reciclagem (e mesmo o desenvolvimento de novas técnicas na área de ensino) dos professores que antes não tiveram a chance de cursar o Ensino superior.

Com esse exemplo, fica claro que o curso superior de jornalismo só agrega conhecimento, técnica e inovações ao jornalista experiente, porém sem o ingresso acadêmico. A facilitação à entrada na faculdade geraria um fenômeno idêntico ao da Lei Darcy Ribeiro, geraria não, já está gerando. Estamos caminhando para um novo tempo no jornalismo brasileiro.

A não regulamentação do jornalismo e o abandono do curso superior seria um retrocesso gigantesco, insuportável para uma área que já evoluiu tanto.

Pode haver uma resistência de jornalistas mais antigos de maneira até mesmo acintosa. O debate acerca do tema irá desmitificar alguns jornalistas, a faculdade será um complemento para a vasta experiência adquirida ao longo dos anos no exercício da profissão, tornando-o um profissional ainda mais completo e capacitado.

Para os novos profissionais, a soma das abordagens práticas e teóricas dadas durante a sua carreira acadêmica irá ajudá-los incontestável e insubstituivelmente. Sairão jornalistas prontos para o mercado de trabalho.

O curso superior de jornalismo somado à regulamentação da profissão e do próprio curso afetará positivamente na economia do país, com a criação de novos empregos, afetará o ensino brasileiro, com o aperfeiçoamento pedagógico na área da comunicação, por fim, e mais importante, formará profissionais éticos e competentes para o exercício da profissão.

Escolas pré-moldadas deverão se adequar à nova realidade, investindo em pesquisa e desenvolvendo projetos que envolvam os corpos docente e decente, num processo inesgotável de aperfeiçoamento. Com a real necessidade da abertura de novas vagas, devida ao aumento do trabalho na área da comunicação, teremos a democratização do ensino superior em jornalismo, incentivando a livre concorrência entre as instituições particulares.

A expansão da comunicação (que já se faz veloz) acelerará ainda mais, abrindo mais vagas no mercado, em um círculo infinito de crescimento e aperfeiçoamento.

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