quinta-feira, 30 de outubro de 2008

CULTURA CIGANA


Feiticeiros, andarilhos, artistas... Quem são os ciganos? Qual é a sua origem? Para onde caminham? Quais os seus costumes? Tais respostas estão neste texto, demonstrando o quanto o povo cigano é rico em sua cultura.
O grande lema do Povo Cigano é: "O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião", traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre.
Muitos talvez nem imaginem que esse povo começou a imigrar da Índia por volta do século 16 a.C., mas, como uma cultura em constante fuga ao controle da história, existem mais versões do que fatos concretos.
Apesar de não terem uma pátria, eles formam uma etnia, pois têm uma unidade lingüística o romanês, que é a língua do povo cigano. Este dialeto pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo lingüístico indo-europeu do norte da Índia e do Paquistão, tais como o sânscrito, o prátcrito, o maharate e o punjabi.
Antigamente era muito respeitado o período da gravidez das ciganas e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.
No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. Um cigano pode casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e conseqüente regularização.
Na religião, Santa Sara Kali é a padroeira dos ciganos, uma escrava que venceu os mares. Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. A festa à santa é comemorada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.
Os ciganos permaneceram muito tempo no Oriente antes de se espalharem pela Europa; assim a influência trazida do Oriente é muito forte na música e na dança cigana. A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, refletida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco.
O nascimento de uma criança cigana é motivo de grande festa que se estende por dois ou três dias. Cada criança cigana que nasce é uma esperança na continuidade da cultura desse povo. A realização do ritual para escolher o nome da criança começa no momento da primeira mamada, quando a mãe fala em seu ouvido de forma que apenas a criança escute o seu nome secreto. Com isso a criança só fica sabendo deste nome no dia do próprio casamento. Mais tarde nos festejos, a criança recebe o segundo nome que é para ser usado e conhecido entre eles.
Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. Eles oferecem uma cerimônia chamada “Pomana” com água, flores, frutas e suas comidas prediletas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimônia e se liberte gradativamente das coisas da Terra.
Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza, pois para o cigano a vida é uma festa. É um povo cheio de energia, são tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade.

Elaborado por:

BRUNO RESENDE DA SILVA
KARINE PAULA DE CARVALHO
LÍDIA NAYARA LOPES VILELA
THAÍS OLIVEIRA DE MEDEIROS

Estudantes de Jornalismo da Faculdade Católica de Uberlândia

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